O AIKIDO







                O aikido foi fundado na década de 1940 pelo Sensei Mohirei Ueshiba (1883-1969). Incentivado pelo próprio pai a praticar artes marciais com o intuito de se fortalecer fisicamente, Ueshiba iniciou os o estudo das artes marciais com apenas 7 anos de idade. Após estudar na sua juventude várias artes marciais (o sumo, o kenjutsu, o judô e diversas escolas de ju-jutsu), acabou por fundar um estilo próprio: o aikido.

                Buscando coordenar à perfeição as atividades conjuntas do corpo e da mente em profunda harmonia com as leis naturais, o aikido propicia ao seu praticante, através do treinamento persistente e contínuo, o domínio das técnicas, possibilitando alcançar um estado de paz, a manutenção da saúde e a longevidade.

                No aikido são enfatizadas esquivas, torções e arremessos para cessar a agressão. Anulamos e redirecionamos o ataque inicial utilizando-se de movimentos circulares dinâmicos para desequilibrar o agressor. O atacante é então subjugado usando-se uma variedade de técnicas de projeção ou torção nas articulações. Nos treinos também é ensinado como utilizar o bokken (katana de madeira) e o jo (bastão de madeira). O aikido é o estilo de arte marcial utilizado para o treinamento da Polícia Municipal de Tóquio no Japão desde 1973.

                A arte marcial que mais o influenciou na criação do aikido foi o Daito Ryu Aikijujutsu, uma arte marcial derivada dos antigos samurais japoneses. Sensei Ueshiba treinou o aikijujutsu de 1915 a 1919 sob os cuidados do Sensei Sokaku Takeda.

                A palavra AIKIDO é a junção de três palavras japonesas. A primeira palavra que temos é "AI", que pode ser traduzida como harmonia. A seguir, vem a segunda palavra "KI", esta é a energia vital. Por fim, temos o "DO", que compõe a terminação da maioria das artes marciais japonesas, e pode ser meio, forma ou caminho. Desta maneira, pode ser traduzida como o “caminho da harmonização com a energia vital”.

                Apesar do refinamento da arte e da aparente não-resistência às técnicas pelos seus praticantes, não podemos ter a ideia de que esta é ineficaz como defesa pessoal. Este é um pensamento errôneo bem comum nas pessoas que não tiveram um contato mais íntimo com a arte. O uke não resiste às técnicas que são nele aplicadas, não para ajudar o nague ou tori (quem faz as técnicas), e sim, para se proteger e minimizar os danos a sua integridade física. Desta maneira, o treino diário é viabilizado, se fosse de outra forma, ocorreriam graves lesões a cada aula, impossibilitando a sequência de treinos. Contudo, o praticante somente conseguirá avançar e dominar as técnicas se estiver disposto a ter regularidade nos treinos, disciplina e entender o princípio da palavra “shugyo” (treino austéro). Caso não esteja disposto a fazer sacrifícios, infelizmente, não conseguirá avançar na prática e compreender como as técnicas realmente funcionam, se tornando um praticante sem qualidade técnica. Não é por acaso, que quando o Sensei Ueshiba em 1927 se estabeleceu em Tóquio e abriu o seu primeiro dojo (Kobukan), este ficou conhecido como o dojo do inferno, devido a intensidade e a rigidez de seus treinamentos.